terça-feira, 2 de outubro de 2012

A ENERGIA DE EINSTEIN - V

A presente explanação da teoria da relatividade, como vimos em Hawking, ainda informa que à medida em que o deslocamento de um objeto se aproxima da velocidade da luz, sua massa aumentaria sempre mais rapidamente, de forma que ele gastaria cada vez mais energia para aumentar ainda mais sua velocidade.

Não dá para acreditar! Estamos diante não de um objeto que simplesmente se desloca, mas de um que gasta sua própria energia para aumentar sua velocidade. Deixa ver se há alguma inteligibilidade nisso. O objeto, como dito acima, tem uma certa energia devido ao seu movimento e essa energia se converte em massa. Mas se para aumentar sua velocidade ele tem que gastar energia, ele na verdade tem gastar sua massa, aquela mesma que foi convertida da energia ou até mais, porque o objeto, ao acelerar constantemente sua velocidade, tem que gastar cada vez mais massa e pode-se prever então um ponto em que ele ficará destituído de massa, sem que ninguém saiba como ele continua existindo. Talvez de teimoso. Ou então forma-se o perfeito círculo vicioso: quanto mais massa ele gasta, mais veloz vai e nesse deslocamento adquire mais energia que, por sua vez, volta a se converter em massa e assim eternamente. É o moto perpétuo.

Esse referido acréscimo de massa em função da velocidade do objeto esbarra também na nossa percepção diária, pelo menos para quem dirige automóvel. Se a teoria fosse verdadeira, à medida que o carro aumentasse sua velocidade, ficaria com mais massa e, portanto, mais pesado. Mas não é isso que acontece. Especialmente os motoristas que não dispõem de direção hidráulica sabem muito bem que o carro fica bem mais leve com o aumento de velocidade.

Os carros de corrida, além de buscar na aerodinâmica uma maior adesão ao solo, chegam a usar lastro para esse mesmo fim, o que representa um acréscimo externo de massa, não sendo de modo nenhum resultado da tal conversão de energia. Pena que um argumento desses só tenha valor para, no máximo, engenheiros mecânicos e seja incapaz de abalar a confiança dos físicos teóricos nas suas elucubrações. 

Além do mais, não encontramos nenhum argumento validante da afirmação de que, à velocidade da luz, a massa de um objeto atinja o infinito. A não ser que se estabeleça, como um credo religioso, que a velocidade da luz é o limite de qualquer deslocamento e se algum objeto ultrapassá-lo cairá no vazio infinito além da matéria. Lindo!

Enquanto estivermos lidando com as matemáticas, a hipótese de alguma medida material atingir o infinito é dividi-la por zero. Fora disso, mesmo que cheguemos a números muito grandes, a tal medida estará infinitamente longe de qualquer infinito.

Por fim, devo dizer que a fraude científica, como toda mentira, tem pernas curtas. Está escrito que apenas a luz, ou outras ondas que não tenham massa intrínseca, podem se mover na velocidade própria da luz.

E no entanto não é difícil provar que a luz é dotada de massa, pois obedece à lei da impenetrabilidade dos corpos, sendo ela portanto também um corpo. A luz só atravessa corpos cujas moléculas contenham alguma espécie de vazio, como a água que encharca a esponja. Nem raio-x atravessa o chumbo, devido a ele ser extremamente compacto.

Sendo a luz constituída de massa — sem negar sua natureza ondulatória — era perfeitamente previsível que a luz das estrelas, ao passar nas proximidades do Sol, sofresse a gravitação dele e apresentasse uma flexão no seu trajeto.

Torna-se pois até mesmo engraçada a alegação, feita páginas adiante no livro citado, de que a flexão da luz das estrelas, ao passar nas proximidades do Sol foi prevista por Einstein e que a constatação dessa flexão por ocasião de eclipses solares serviu como prova do acerto daquele físico.

A ideia de Einstein era de que a luz, não tendo massa, não poderia ser atraída pelo Sol, mas supôs que o espaço ao redor do Sol é que foi contraído por sua gravidade, distorcendo o caminho da luz. Só peço que me digam: Desde quando espaço tem massa? Quantos centésimos milionésimos de grama pesa um metro cúbico de espaço?

Até mais.


Autor: Renato Benevides 

A ENERGIA DE EINSTEIN - IV

Vamos agora fazer uma análise crítica da primeira consequência citada por Hawking, que implica em equivalência de massa e energia. Na equação de Einstein E = mc2, E significa energia, m, massa, e c, a velocidade da luz.
Diz Hawking que por causa da equivalência entre energia e massa, a energia que um objeto tenha, devido ao seu movimento, será acrescentada à sua massa ou, em outras palavras, esta energia dificultará o aumento da velocidade deste objeto.

Esse efeito porém só seria significativo apenas com relação aos objetos que se deslocam em velocidade próxima à da luz. Mas, segundo a teoria, à medida em que o deslocamento de um objeto se aproxima da velocidade da luz, sua massa aumentaria sempre mais rapidamente, de forma que ele gastaria cada vez mais energia para aumentar ainda mais sua velocidade.

Hawking acrescenta que esse objeto talvez não possa jamais alcançar a velocidade da luz, porque, então, sua massa teria atingido o infinito e, pela equivalência de massa e energia, estaria gastando uma quantidade também infinita de energia para que pudesse atingi-la. Enfim aquele autor declara que apenas a luz, ou outras ondas que não tenham massa intrínseca, podem se mover na velocidade própria da luz.

Se alguém disser que compreendeu e aceitou como verdadeiras essas afirmações, parabéns, porque conseguiu entender o ininteligível.

Vamos por partes.

Não é porque algum físico, por mais brilhante que seja, inventou uma equação ela se torna aplicável à realidade e nos obrigue ao consentimento, ainda mais quando dessa equação se tiram consequências inaceitáveis.

A primeira crítica se refere aos termos da equação. Se sabemos o que é massa, formando dela um conceito intuitivo (nenhum cientista até hoje chegou a defini-la), bem como está claro para nós o que venha a ser a velocidade da luz ao quadrado, também formamos uma idéia razoavelmente boa do que venha a ser energia, aquela capacidade que um corpo, uma substância ou um sistema físico têm de realizar trabalho.

O texto de Hawking cuida de E sem especificar de qual energia se trata. Há pois energia elétrica, energia atômica, energia mecânica e por aí vai. Se E pretende englobar todo tipo de energia, estamos diante de uma bobagem sem nome, pois essa E, pela própria equação, é uma função da velocidade da luz e uma mola contraída, por exemplo, tem energia que em nada, mas em nada mesmo, depende de qualquer tipo de velocidade, muito menos a da luz.

Mas passemos por cima dessa lacuna e verifiquemos a equação em si. Ela expressa, em linguagem matemática, uma igualdade em que um dos termos é singular e o outro é uma multiplicação de números referentes a coisas heterogêneas. Claro, pois ninguém pode supor que massa e velocidade da luz sejam de alguma forma homogêneas. Basta isso para invalidar a afirmação de que energia e massa são equivalentes.

Poder-se-ia, no máximo, dizer que a energia é uma função da massa porque dependeria dela, mas apenas quando multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado. Mas já é o caso de perguntarmos: que espécie de energia é essa que só é entendida como referente à velocidade da luz? E por que essa velocidade da luz é considerada não simplesmente mas apenas quando elevada ao quadrado? Essas são perguntas que ninguém responde.

Sabemos todos que a velocidade dos corpos é um dos componentes para libertar energia. Quanto mais velozes são os corpos que se chocam mais energia produzem, causando destruição. Isso todavia nada tem a ver com a velocidade da luz.

Hawking entretanto afirma que por causa da equivalência entre energia e massa, a energia que um objeto tenha, devido ao seu movimento, será acrescentada à sua massa. Por que ele não disse logo que energia é massa e massa é energia, abrindo as portas para a soma de quantidades homogêneas? Afinal, não podemos somar laranjas e batatas! Mas, se ele dissesse isso, como ficaria a elegância da equação E = mc2, tão parecida com a lei da gravitação de Newton que também inclui um quadrado? Além do mais, substituindo os termos iguais, a equação ficaria assim:
m = mc2, o que torna desnecessário qualquer comentário, tal sua evidente ininteligibilidade.
(continua)

Autor: Renato Benevides

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A ENERGIA DE EINSTEIN - III


Vimos como a teoria da relatividade de Einstein envolve o contra-senso absurdo de negar a velocidade relativa da luz. Convém entretanto notar que ela não parou aí, pois Hawking diz que esta simples ideia tem consequências notáveis:
a) a equivalência de massa e energia, contida na famosa equação E = mc2; e
b) a lei que prevê que nada pode se deslocar com mais velocidade do que a própria luz.

Um leitor atento e dotado de um saudável espírito crítico deverá estar de pronto estarrecido com a segunda consequência declarada. Lei? Que lei? Fundada em que? Na observação, como todas as leis científicas conhecidas?

 Nada! Baseada exclusivamente num postulado que, como já vimos, é calcado no absurdo e portanto na falta total de inteligibilidade.
As leis científicas não existem porque alguém quis que existissem (deixemos as religiões de lado). Elas são sempre fruto de observação, quando nada quando somos obrigados a reconhecer suas existências para explicar determinados fenômenos.

A lei da gravitação de Newton, por exemplo, explica muito bem porque os oceanos do outro lado do planeta não se perdem no espaço sideral e porque nós mesmos não somos atirados fora da Terra por força da sua rotação. E que prova existe de que nada pode se deslocar com mais velocidade do que a própria luz? Isso não passa de uma aposta no escuro que vinga porque pensam que ninguém poderá provar o contrário.

Fica invertido o ônus da prova: quem propõe a existência dessa "lei" não se vê minimamente obrigado a apresentar provas de sua validade e torce para não aparecer nenhum neutrino mal-educado que venha botar água no chope.

E no entanto é facílimo demonstrar que a luz, em certas situações, é mais rápida do que ela mesma, como se segue.
Envolvam nosso planeta com uma fibra ótica, na região do equador, de modo a emitir dois raios de luz que saiam do mesmo ponto, um na direção da rotação da Terra e outro na direção contrária. Tendo a circunferência terrestre 40 mil km e os raios de luz correndo a 300 mil km/s, eles se encontrarão depois de percorrer 20 mil km, levando ambos o tempo de aproximadamente 0,067 segundos.

Acontece porém que, nestes 0,067 segundos, a Terra, com seu movimento de rotação, avançou aproximadamente 31 metros. Sendo assim, por meio de uma matemática mais do que simples, a luz "contra" teve que andar mais devagar para chegar ao destino ao mesmo tempo do que a luz "a favor", enquanto esta teve que superar a marca dos 300 mil km/s para fazer o seu percurso alongado.

Esta diferença de velocidades da luz não será perceptível para um observador aqui na Terra, mas será para quem estiver no espaço sideral, registrando o que se passa aqui.
Ora, se a própria luz pode ser mais rápida do que ela mesma, de onde tiraremos esse hipotético limite de velocidade para todos os corpos? Hipotético, convém frisar!

Cabe aqui um parêntese. A explicação do porque a diferença das velocidades acima referida não é percebida por nós está numa outra teoria da relatividade, anterior à einsteiniana, devida ao físico Galileu, e que é totalmente condizente com nossa experiência. Observou ele que num salão de um navio que navegue em águas plácidas, sem visibilidade para o exterior, tudo ali acontece como se estivesse em terra firme.

Em linguagem moderna, pode-se, nesse salão, jogar pingue-pongue sem que a bolinha pareça mais rápida no sentido que vai o navio (velocidade da bolinha + velocidade do navio), nem mais lenta no sentido contrário. Os seres portanto pertencentes a um mesmo sistema inercial reagem como se estivessem basicamente parados e dependessem apenas de si próprios para ir e vir. Assim, como nós e os dois raios de luz que percorrem a fibra ótica pertencemos ao mesmo sistema inercial terrestre, não conseguimos perceber que um vai mais depressa que o outro. Mas vai!

Essa história de velocidade absolutamente constante da luz, não importando a qual sistema inercial se refira, partiu de um famoso experimento levado a cabo por Albert Michelson e Edward Morley que, usando um aparelho chamado interferômetro, verificaram que não havia a menor diferença entre a velocidade da luz na direção do movimento da Terra e, em ângulo reto, na direção da própria Terra.

Esses cientistas e os que se apoiaram nesse experimento para desenvolver suas teses simplesmente ignoraram a relatividade de Galileu. Se tivessem prestado atenção a ela deveriam esperar o resultado que encontraram pois os observadores, o interferômetro e as luzes utilizadas para as medições estavam todos vinculados ao sistema inercial da Terra ou, em outras palavras, estavam no salão do navio Terra.

Em tempo: Para que o leitor perceba a validade da teoria da relatividade de Galileu, lembro que a Terra dá a volta em torno do seu eixo em 24 horas. Quem estiver na linha do equador percorrerá 40 mil quilômetros nesse tempo, o que representa 1.666,67 quilômetros por hora, uma velocidade supersônica! Ninguém se sente a correr nessa velocidade estonteante e vive da mesma forma que um esquimó, no Polo Norte, que percorre apenas 10 ou 20 metros nas mesmas 24 horas, abstraídas naturalmente as imensas diferenças de temperatura! 
(continua)

Autor: Renato Benevides 

A ENERGIA DE EINSTEIN - II

Como aplicação do postulado exposto no texto anterior, conforme atestado por Hawking, resulta que todos os observadores encontram a mesma medida de velocidade da luz, não importa o quão rápido estejam se movendo.

 De novo, se o caso é afirmar que a velocidade da luz não depende davelocidade dos observadores, isto é evidente. Seria o mesmo que dizer que as coisas existem mesmo não sendo observadas. Admitir-se porém uma constante da velocidade da luz em relação a todos os observadores, independentemente da velocidade destes, é uma agressão à razão e isto é facílimo de provar.

Pensemos num raio de luz partindo daqui numa determinada direção, à sua velocidade padrão — aproximadamente 300 mil km/s. Acredito que ninguém, nem o mais caturro cientista, negará que este raio de luz, depois de um segundo, estará num ponto a 300 mil quilômetros da Terra.

Cogitemos agora a possibilidade de um foguete tripulado partir de nosso planeta ao mesmo tempo que o raio de luz, na mesma direção, porém numa velocidade mais reduzida, como era de se esperar, mas bastante alta como, por exemplo, 270 mil km/s. Outra vez acho que não haverá quem negue que, depois de um segundo, o foguete estará a 270 mil quilômetros de nós.

Entre um ponto e outro, diz a mais elementar aritmética, haverá uma distância de 30 mil quilômetros, condizente com uma velocidade de 30 mil km/s do raio de luz em relação ao foguete. É como um automóvel a 80 km/h que se afasta de outro,  na razão de 20 km/h, se este outro estiver a 60 km/h.
Essa velocidade relativa portanto depende da velocidade dos veículos, que é evidentemente a mesma dos observadores que os tripulam.

Como então é aceitável que a velocidade da luz seja sempre a mesma (300 mil km/s) independentemente da velocidade dos observadores? A relatividade de Einstein teve então a incrível capacidade ignorar a velocidade relativa. Isto é um contra-senso.

A idéia porém que inexiste essa velocidade relativa conduz a uma ou várias aberrações, como se segue.
Se o raio de luz for obrigado a afastar-se de seu perseguidor — o foguete tripulado — aos mesmos 300 mil km/s,  ele, o raio de luz, deverá estar simultaneamente em dois lugares, após aquele segundo da partida de ambos: a) a 300 mil quilômetros da Terra e b) a 570 mil quilômetros da mesma Terra, para conseguir ficar a 300 mil quilômetros do foguete que o persegue.

Falei em aberrações, no plural, porque se o raio de luz for perseguido por vários foguetes com velocidades diversas, ele teria que se afastar de cada um à razão de 300 mil km/s, ocupando simultaneamente diversos lugares no espaço sideral. Isso é cômico, até porque o raio de luz deveria ser altamente inteligente e perspicaz para saber se há alguém em sua perseguição, se há mais de um perseguidor e quais as velocidades de cada um, para se afastar igualmente de todos eles!

Fica assim patente o absurdo que envolve a teoria da relatividade einsteiniana.
(continua)


 Autor: Renato Benevides

A ENERGIA DE EINSTEIN - I



Relendo o livro Uma breve história do tempo, de Stephen W. Hawking (Rocco, 4ª ed., 1988 – tradução de Maria Helena Torres), tive a oportunidade de aprofundar meu pensamento, ao mesmo tempo em que verifiquei, mais uma vez, que para alguém conseguir ser lido é preciso participar do mundo das celebridades de algum modo, com bem poucas exceções.

Hawking faz parte desse mundo por razões que talvez ele mesmo rejeitaria de bom grado se pudesse. Sua luta contra uma doença tão terrível o torna digno da mais alta consideração, principalmente por não se deixar abater e por manter ativo seu intelecto.

A celebridade contudo traz em si um problema nada desprezível: tolhe do leitor a capacidade de crítica. E é nesse vazio de contestação que mesmo as teorias físicas são explanadas fazendo muito pouco caso do absurdo, o que tira delas seu principal objetivo que é tornar o mundo mais compreensível. De fato, o absurdo é exatamente o oposto da inteligibilidade e tem o efeito contrário da verdadeira explicação científica, pois torna o mundo mais impenetrável para a inteligência humana.

Tendo presente que discorro abaixo sobre incoerências, contradições e outras coisas afastadas da realidade que vivemos, peço que o leitor tente afiar sua inteligência seguindo as argumentações ou, se preferir abdicar dela, de sua própria inteligência, que pare de ler, para não ter dores de cabeça desnecessárias.

Hawking fala do postulado fundamental da teoria da relatividade de Einstein, segundo o qual as leis científicas são as mesmas para todos os observadores em movimento livre, não importa qual seja sua velocidade. É de se notar então que essa teoria não se funda nem na observação de fatos nem na dedução lógica de caráter científico.
Trata-se de uma teoria fundada num postulado, isto é, algo que se escolhe um tanto arbitrariamente como ponto de partida para algum estudo e que necessita de comprovação apenas a posteriori. Algumas vezes é admissível usar essa estratégia, desde que não se postule uma clara improbabilidade e nem agrida os princípios básicos da razão humana, até porque é a ela que devemos prestar contas.

Começa aí, na base, o descaminho da teoria da relatividade einsteiniana, pois há uma contradição embutida ao se admitir que as leis científicas permanecem as mesmas, independentemente da velocidade dos observadores. Isso só é correto se encararmos que a velocidade dos observadores é rigorosamente inócua para modificar qualquer lei científica.

Tal não precisava ser dito, tão óbvio que é. Se porém entendermos que a velocidade dos observadores está ao largo das leis científicas, como se essa velocidade não se submetesse àquelas leis, estamos diante de uma sandice, para não dizer mais. Seria a negação da Dinâmica, parte da Mecânica que estuda o comportamento dos corpos em movimento e a ação das forças que produzem ou modificam seus movimentos. É como se os observadores e suas velocidades estivessem num limbo científico.

Deve-se ainda notar que a velocidade em questão é apenas dos observadores. Como pode alguém entender que o puro fato de observar pode implicar num habeas corpus referente às leis científicas? Já por isso esse postulado einsteiniano deveria ter sido recusado pela comunidade científica. Mas quem ousaria fazer uma desfeita dessas ao grande físico laureado pelo prêmio Nobel?
(continua)

Autor: Renato Benevides

terça-feira, 31 de julho de 2012

A DESRAZÃO DO ESPAÇO

não muito tempo li um artigo fantástico. Ele é perfeito como roteiro de análise do que é, podendo ser, não sendo. O título é uma pergunta: O que é o espaço?
Começa com um convite à reflexão sobre coisas tomadas como triviais e simples e que se mostram muito complicadas, sendo este o caso do conceito de espaço na física e na matemática. Já podemos aí perceber algo de estranho, algo que não cheira muito bem. O trivial e simples está na ordem das pessoas comuns que cuidam de suas vidas, enquanto os conceitos de física e matemática são reservados para uma elite de estudiosos.
A reflexão a que se refere o autor (que chamaremos de B.J., para simplificar), como veremos no decorrer destas linhas, mais parece a reflexão de um espelho, dando apenas conta do que dizem os especialistas desta ou daquela área, não fornecendo ao leitor condições de usar da reflexão entendida como análise criteriosa e inteligente do que se entende por espaço.
B.J. reconhece que todo mundo tem uma noção intuitiva do espaço, mas diz que o espaço é o que separa as coisas. De onde terá ele tirado essa definição? Certamente não é da noção intuitiva que todos temos. As coisas são separadas pela simples razão de que não são unidas e eventualmente pode acontecer que percebamos haver um espaço entre uma e outra, o que nem sempre acontece. O espaço, na noção intuitiva, não é um agente, mas um palco onde se desenrolam as coisas e os fatos.
Na verdade, a noção de espaço (como a de tempo) não admite definições porque se trata de condição primária que nos possibilita o conhecimento das coisas materiais. Ele está na raiz desse conhecimento e já nascemos com essa capacidade de percepção espacial. Mas o B.J., baseado na sua falsa definição, diz que para entender o que é espaço precisamos implicitamente de outros objetos, precisamos de matéria.
Ele pois inverte as coisas. Em vez de precisarmos da noção de espaço para apreender os objetos, ele afirma que precisamos dos objetos para apreender o espaço.
Para que não fique simplesmente palavra contra palavra, cada um ficando com sua suposta verdade, faço lembrar que se temos dois objetos perfeitamente iguais, como esferas de mesmo aço, mesmo diâmetro e mesmo polimento, nós só distinguimos uma da outra porque uma está aqui e outra ali. Mas "aqui" e "ali" são conceitos essencialmente espaciais. Daí se conclui que a noção de espaço antecede logicamente ao conceito de objeto distinto dos outros.
B.J., ainda baseado na sua falsa definição de espaço (o que separaria as coisas) afirma que sem ele tudo estaria embolado no mesmo lugar. O leitor atento e com sentido crítico percebe logo a tremenda incongruência dessa afirmação tendo em vista que "lugar" é outro termo essencialmente espacial. Se acabamos totalmente com o espaço, acabamos totalmente também com idéia de lugar e é um absoluto nonsense dizer que as coisas ficariam emboladas no mesmo lugar, pois lugar já não há.
Ele, B.J., além do mais, confunde a noção geral de espaço com a noção de espaço vazio. Qualquer objeto que conheçamos ocupa um lugar no espaço, mas não afeta a existência desse espaço e até precisa dele para existir no mundo. Sem que haja espaço para um objeto, ele não pode estar ali, assim como uma mala abarrotada na qual não podemos botar mais nada, simplesmente porque não há espaço disponível. Mas as coisas que já estão na mala, estão lá porque há espaço disponível e suficiente para elas.
Podemos ainda fazer outra consideração. É de conhecimento geral, especialmente dos físicos, que os objetos sólidos seguem o princípio da impenetrabilidade — propriedade da matéria pela qual dois corpos não podem ocupar simultaneamente o mesmo lugar no espaço —. É evidente que, sem a noção prévia de espaço, esse princípio é ininteligível e o mundo físico fica também sem poder ser entendido.
Certamente que precisamos de objetos como referência para determinar pontos no espaço, distâncias recíprocas e toda sorte de medições espaciais. Essas medições porém não são o próprio espaço. São apenas artifícios que usamos para saber, por exemplo, se um objeto caberá num certo espaço disponível. O conceito que fazemos do espaço é que se trata de algo contínuo, sem divisão, em toda e qualquer direção. A divisão do espaço em metros, polegadas ou qualquer outro tipo de medida, não passa, volto a dizer, de um artifício, muito útil por sinal, mas que não afeta o próprio espaço que continua sendo o que é, um contínuo de si indivisível.
B.J. chega aparentemente a concordar com isso quando admite que, na matemática, o espaço é uma construção abstrata (como se tudo na matemática não fosse abstrato!!), uma invenção para definir distância entre objetos. Ele reconhece que o espaço não tem, a princípio, uma existência física, declarando solenemente que espaço não é uma coisa. Surpreendentemente volta atrás e pergunta: "Ou é?"
Para ele, na física moderna, a história fica mais complicada, pois se para Newton o espaço é uma espécie de palco onde se desdobra o drama da natureza, com Einstein e a relatividade tudo muda. Einstein teria, segundo ele, mostrado que o espaço não é inerte: ele responderia à presença da matéria, sendo uma entidade plástica e não rígida, como supôs Newton. Para Einstein, o espaço em torno dos objetos é distorcido em proporção à sua massa e densidade e o espaço deixou de ser apenas palco e virou ator também.
B.J. parece que se esqueceu do seu propósito inicial de levar o leitor à reflexão, pois não fornece elemento algum de análise. Ele simplesmente se apóia na autoridade de Einstein e na sua própria, sem que se possa verificar a correspondência entre essas afirmações e os fatos observáveis.
Na realidade nenhuma prova convincente foi produzida para que abandonemos a noção intuitiva de espaço, substituindo-a por outra einsteiniana. Aliás, muito pelo contrário, há sérios empecilhos racionais para que aceitemos essa nova noção. Para o espaço sofrer a ação da gravidade dos corpos seria preciso que ele próprio fosse material e tivesse, portanto, alguma massa. E, no entanto, nunca, em lugar nenhum, alguém se preocupou em determinar o valor dessa massa. Quanto pesaria mesmo um metro cúbico de espaço? Esse descaso crucial é indicativo de que estamos no campo das ilusões e não num verdadeiro ambiente científico.
Alega-se que durante um eclipse solar, observado em Sobral (CE), ficaria provada a distorção do espaço nas proximidades do Sol, em função do desvio de rota da luz das estrelas, fundados no princípio de que a luz não tem massa. Ora, essa argumentação chega a ser ridícula. Por que não chegar à simples conclusão de que a luz, com seus fótons, tem massa sim? Não é excepcionalmente mais inteligível atribuir massa aos fótons em vez de atribuí-la ao espaço?
Mas o B.J. não se contenta com a relatividade de Einstein e entra no campo da física quântica, afirmando que ela permite uma violação temporária da conservação de energia. É fantástico admitir-se que uma teoria, qualquer que seja, se atribua o poder de permitir a violação de alguma lei da natureza que já tenha sido observada e razoavelmente comprovada.
O leitor, a essa altura, deve estar se perguntando o que se entende por "violação temporária da conservação de energia". Pois o B.J. explica: partículas podem aparecer no espaço vazio (ou vácuo), contanto que se desintegrem outra vez, numa dança de criação e destruição. Ou seja, de acordo com a física quântica, há um vácuo pleno de flutuações de energia capazes de criar partículas de matéria, mesmo que por apenas alguns instantes.
O texto a que nos referimos termina de forma bombástica: O espaço vira uma coisa que pode criar. E há quem acredite nisso! Só pode ser para aqueles que afirmam, com convicção: me engana que eu gosto!
Autor: Renato Benevides

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O MUNDO DE EINSTEIN

Ó Einstein, com tuas equações de E, m, c, alfa e beta,
sabes que fizeram de ti
nada menos que um Profeta?

Criaste um postulado
que produz plena certeza.
Se o real é diferente,
a culpa é da Natureza.

Teu espaço contorcido
deixa o mundo muito estranho,
bem longe daquilo
que conhecemos d’antanho.
O Sol não curva a luz, dizes,
porque ela não tem massa,
como então curva o espaço
se é algo da mesma raça?

Quanto mais veloz andamos,
mais o tempo tarda
e a distância percorrida
menor medida guarda.

Se perseguimos a luz,
ela mais depressa se afasta,
como uma  boa donzela,
pura, santa e casta.

E no entanto, pros outros,
vai na mesma cadência,
como se nada houvesse,
sem qualquer interferência.



Autor: Renato Benevides