sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A ENERGIA DE EINSTEIN - III


Vimos como a teoria da relatividade de Einstein envolve o contra-senso absurdo de negar a velocidade relativa da luz. Convém entretanto notar que ela não parou aí, pois Hawking diz que esta simples ideia tem consequências notáveis:
a) a equivalência de massa e energia, contida na famosa equação E = mc2; e
b) a lei que prevê que nada pode se deslocar com mais velocidade do que a própria luz.

Um leitor atento e dotado de um saudável espírito crítico deverá estar de pronto estarrecido com a segunda consequência declarada. Lei? Que lei? Fundada em que? Na observação, como todas as leis científicas conhecidas?

 Nada! Baseada exclusivamente num postulado que, como já vimos, é calcado no absurdo e portanto na falta total de inteligibilidade.
As leis científicas não existem porque alguém quis que existissem (deixemos as religiões de lado). Elas são sempre fruto de observação, quando nada quando somos obrigados a reconhecer suas existências para explicar determinados fenômenos.

A lei da gravitação de Newton, por exemplo, explica muito bem porque os oceanos do outro lado do planeta não se perdem no espaço sideral e porque nós mesmos não somos atirados fora da Terra por força da sua rotação. E que prova existe de que nada pode se deslocar com mais velocidade do que a própria luz? Isso não passa de uma aposta no escuro que vinga porque pensam que ninguém poderá provar o contrário.

Fica invertido o ônus da prova: quem propõe a existência dessa "lei" não se vê minimamente obrigado a apresentar provas de sua validade e torce para não aparecer nenhum neutrino mal-educado que venha botar água no chope.

E no entanto é facílimo demonstrar que a luz, em certas situações, é mais rápida do que ela mesma, como se segue.
Envolvam nosso planeta com uma fibra ótica, na região do equador, de modo a emitir dois raios de luz que saiam do mesmo ponto, um na direção da rotação da Terra e outro na direção contrária. Tendo a circunferência terrestre 40 mil km e os raios de luz correndo a 300 mil km/s, eles se encontrarão depois de percorrer 20 mil km, levando ambos o tempo de aproximadamente 0,067 segundos.

Acontece porém que, nestes 0,067 segundos, a Terra, com seu movimento de rotação, avançou aproximadamente 31 metros. Sendo assim, por meio de uma matemática mais do que simples, a luz "contra" teve que andar mais devagar para chegar ao destino ao mesmo tempo do que a luz "a favor", enquanto esta teve que superar a marca dos 300 mil km/s para fazer o seu percurso alongado.

Esta diferença de velocidades da luz não será perceptível para um observador aqui na Terra, mas será para quem estiver no espaço sideral, registrando o que se passa aqui.
Ora, se a própria luz pode ser mais rápida do que ela mesma, de onde tiraremos esse hipotético limite de velocidade para todos os corpos? Hipotético, convém frisar!

Cabe aqui um parêntese. A explicação do porque a diferença das velocidades acima referida não é percebida por nós está numa outra teoria da relatividade, anterior à einsteiniana, devida ao físico Galileu, e que é totalmente condizente com nossa experiência. Observou ele que num salão de um navio que navegue em águas plácidas, sem visibilidade para o exterior, tudo ali acontece como se estivesse em terra firme.

Em linguagem moderna, pode-se, nesse salão, jogar pingue-pongue sem que a bolinha pareça mais rápida no sentido que vai o navio (velocidade da bolinha + velocidade do navio), nem mais lenta no sentido contrário. Os seres portanto pertencentes a um mesmo sistema inercial reagem como se estivessem basicamente parados e dependessem apenas de si próprios para ir e vir. Assim, como nós e os dois raios de luz que percorrem a fibra ótica pertencemos ao mesmo sistema inercial terrestre, não conseguimos perceber que um vai mais depressa que o outro. Mas vai!

Essa história de velocidade absolutamente constante da luz, não importando a qual sistema inercial se refira, partiu de um famoso experimento levado a cabo por Albert Michelson e Edward Morley que, usando um aparelho chamado interferômetro, verificaram que não havia a menor diferença entre a velocidade da luz na direção do movimento da Terra e, em ângulo reto, na direção da própria Terra.

Esses cientistas e os que se apoiaram nesse experimento para desenvolver suas teses simplesmente ignoraram a relatividade de Galileu. Se tivessem prestado atenção a ela deveriam esperar o resultado que encontraram pois os observadores, o interferômetro e as luzes utilizadas para as medições estavam todos vinculados ao sistema inercial da Terra ou, em outras palavras, estavam no salão do navio Terra.

Em tempo: Para que o leitor perceba a validade da teoria da relatividade de Galileu, lembro que a Terra dá a volta em torno do seu eixo em 24 horas. Quem estiver na linha do equador percorrerá 40 mil quilômetros nesse tempo, o que representa 1.666,67 quilômetros por hora, uma velocidade supersônica! Ninguém se sente a correr nessa velocidade estonteante e vive da mesma forma que um esquimó, no Polo Norte, que percorre apenas 10 ou 20 metros nas mesmas 24 horas, abstraídas naturalmente as imensas diferenças de temperatura! 
(continua)

Autor: Renato Benevides 

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