segunda-feira, 26 de março de 2012

O TECIDO ESPAÇO-TEMPO DE EINSTEIN (III)

   

A Ciência tem duas vertentes principais: a descritiva e a explicativa. A descritiva, como o próprio nome está dizendo, limita-se a observar os fatos e seres da Natureza e descrevê-los para fins de identificação e catalogação. A explicativa também fala por si, procurando dar conta de como e porque os eventos ocorrem, tornando-os inteligíveis.
Tendo presente que toda teoria científica é explicativa, ela será inválida se agredir os fatos observados ou conduzir a absurdos. Primeiro porque contra fatos não há argumentos e segundo porque o absurdo é exatamente o contrário da inteligibilidade.
A Teoria da Relatividade Geral de Einstein peca principalmente por conta dos absurdos, não apenas nos seus resultados, como até nos seus pontos de partida. E isto é muito fácil de se ver.
Pretendeu ele que o tempo não passa de uma quarta dimensão, produzindo a união espaço-tempo, à qual deram exatamente o nome de "tecido espaço-tempo".
E no entanto tal união é pior do que misturar água e óleo, agride mais a inteligência do que colocar jacarés na espécie dos felinos. Ambos ao menos são animais vertebrados com muitos órgãos similares. A metáfora mais perfeita que consigo encontrar é a de quem pretende colocar a gasolina no rol dos alimentos, defendendo a dieta gasobiótica.
Espaço e tempo, como já vimos, são noções primárias que se encontram na gênese de todo o nosso conhecimento e só nisso eles se igualam. Não há mesmo nada mais diferente do espaço do que o tempo.
O espaço é absolutamente estático e não produz, por si mesmo, nenhum efeito físico (a par das pretensões dos einsteinianos). Apesar de nossa linguagem comum fazer supor que podemos limitar espaços e com isso interferir no movimento dos seres (uma cela de prisão, por exemplo), o que realmente restringe os movimentos não é o espaço mas os diversos obstáculos postos, considerando que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo.
Se considerarmos apenas o espaço, somos absolutamente livres para irmos em qualquer direção, sem nenhum limite, podendo inclusive retornar ao ponto de partida. As naves espaciais, libertando-se da gravitação terrena, estão aí como prova disso.
O tempo, ao contrário, nada tem de estático, sendo essencialmente dinâmico e, no seu fluir, não temos sequer a possibilidade de introduzir obstáculos, como acontece com o espaço, só nos restando agir mais depressa para "economizar" tempo. Ele literalmente nos arrasta como um rio que não conseguimos deter nem represar, pouco se importando com nossos esforços.
Em algumas manifestações de pessoas de Ciência, li que o tempo é o que nossos relógios marcam. Chegaram a dizer que a Relatividade de Einstein estaria provada porque dois aviões, com relógios atômicos, deram a volta ao mundo em sentidos contrários e detectou-se uma diferença no tempo marcado por eles. É inacreditável que eles tomem isso como prova da Teoria sem aventar sequer a possibilidade da diferença ser produzida pela interferência no mecanismo dos relógios, atribuindo-a, à ligeira, à ação de um tempo modificado.
Isto me faz lembrar o Groucho Marx que, pegando o pulso de um sujeito, disse: ou meu relógio parou ou o senhor está morto! 
Se no espaço podemos ir e voltar, no tempo só nos cabe acompanhá-lo. Voltar no tempo não passa de um grande contratempo, admissível apenas na ficção científica, que não tem nenhum compromisso com a realidade.
Espaço e tempo então convivem, mas jamais se reduzem a um conceito comum. O tal "tecido espaço-tempo" é pois ininteligível, não passando de uma mera expressão verbal que é dita e escrita com a certeza de que o céu não desabará sobre nossas cabeças.

Na próxima intervenção falaremos do continuum.


Autor: Renato Benevides