sexta-feira, 22 de julho de 2011

EINSTEIN E A ILUSÃO DAS PROVAS

Como disse no texto anterior, foi Galileu quem apresentou uma teoria de relatividade condizente com a realidade em que vivemos. Mas o marketing de Einstein faz com que a teoria da relatividade que ele criou apareça como a única, apesar dela estar a léguas de uma consistência racional.

O ponto de partida daquele físico foi a busca de algo que, no Universo, pudesse ser tido como realmente absoluto, independente portanto de qualquer relativismo. Ele então postulou ser esse algo a velocidade da luz, que permaneceria inalterada, não importando qual fosse a posição ou o movimento de qualquer observador.

Um postulado é uma tomada de posição que precede a ação investigativa nos campos da ciência e serve como diretiva para as pesquisas. Seria um sinônimo perfeito de hipótese não fosse carregado de uma espécie de misticismo envolvendo a aura de celebridade de quem o criou. Em se tratando de Einstein então, o postulado virou certeza com uma rapidez impressionante, mesmo que desrespeite as normas mais básicas da ciência: um postulado não pode ser uma patetice e ele deve ter razoáveis perspectivas de ser comprovado por experimentos válidos.

Uma patetice seria, para ilustração, como postular que nas corridas de Fórmula 1 é a pista que se movimenta e não os carros. E qual a patetice do postulado de Einstein? Postular a velocidade da luz como um absoluto! O conceito de velocidade é essencialmente relativo, só sendo inteligível pela sua definição: é o espaço percorrido em relação ao tempo gasto. Por isso dizemos que um carro vai a 80 quilômetros por hora, significando que ele percorre 80 quilômetros em uma hora. O conceito portanto de velocidade depende essencialmente dos prévios conceitos de espaço e de tempo, que formamos de forma automática nos primeiros contatos com o mundo e que estão na base de todo o nosso conhecimento das coisas físicas, como condição de possibilidade. Sem eles, não conhecemos nada.

Einstein porém quer que a velocidade da luz seja um absoluto, mas tão absoluto que chega a modificar o espaço e o tempo!! Para fazer uma pequena metáfora, é como dizer que os filhos geram seus pais. A patetice então fica evidente.

Não contente com isso, o físico suíço pretendeu, por outro postulado, que o espaço e o tempo sofrem deformações, como todo elemento material, quando sujeitos à gravitação. O espaço já não seria isotrópico (igual em todas as direções) como pensávamos, mas seria curvo nas proximidades das grandes massas.

Os einsteinianos então, atentos ao segundo requisito de validade dos postulados, pretenderam fazer um experimento para comprovar a validade disso e, em combinação com a NASA, mandaram para o espaço numa sonda — a Gravity Probe B — uma certa quantidade de giroscópios com eixos apontados para uma determinada estrela, na esperança de ver esses eixos deixarem de ser paralelos, mesmo que de uma forma mínima, por efeito, pensavam eles, da deformação que a Terra produz no tecido espaço-tempo que a envolve. Agora, com grande alarde, a imprensa divulga que a Teoria de Einstein foi comprovada, porque se detectou uma mudança nos eixos dos giroscópios.

Para quem não sabe, o giroscópio é basicamente dotado de um eixo e um arco que gira em torno dele. A partir de uma determinada velocidade desse arco, o eixo pode se movimentar, mas não muda de direção, sendo muito usado tanto na aeronáutica quanto nas embarcações para estabilizar os veículos em condições adversas. Grosso modo, uma roda de bicicleta funciona um pouco como giroscópio, o que permite que se ande em apenas duas rodas sem cair. Até um pião que gira ilustra bem o funcionamento do giroscópio, pois podemos mantê-lo em pé, na palma de nossa mão, apoiado unicamente pela ponta.

Isso posto, voltemos ao "experimento" espacial. O que ele prova? Que Einstein estava certo? De modo nenhum. O fato dos eixos dos giroscópios deixarem de ser paralelos pode muito bem ser resultado da atração terrestre, sem a mínima necessidade de atribuir isso a uma deformação do tal tecido espaço-tempo, suposto pela teoria. Os giroscópios são materiais e têm massa, sofrendo portanto a influência da gravidade terrestre. E qual é a massa daquele quimérico tecido espaço-tempo? Aliás, quanto pesa mesmo um metro cúbico de espaço? Quantos micromilímetros mede um segundo?

O "experimento" na verdade já pecava desde o princípio, pois já se poderia saber que ele não provaria nada. Isso me faz lembrar uma passagem do filme "Monty Python" em Busca do Cálice Sagrado" em que um cavaleiro tenta salvar uma moça condenada por bruxaria. Depois de questionar o povo quanto à certeza de que se tratava mesmo de uma bruxa, chegou-se ao consenso de que, como as bruxas afundam na água e não havia água no local, ela deveria ser pesada numa balança de dois pratos junto com um cisne ou um ganso (não me lembro bem), aves que boiam, sem a menor sombra de dúvida. Como a mulher se revelou mais pesada do que a ave, ficou claro que se tratava de uma bruxa!!!
Haja paciência!!!


Texto de Renato Benevides