sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A ENERGIA DE EINSTEIN - I



Relendo o livro Uma breve história do tempo, de Stephen W. Hawking (Rocco, 4ª ed., 1988 – tradução de Maria Helena Torres), tive a oportunidade de aprofundar meu pensamento, ao mesmo tempo em que verifiquei, mais uma vez, que para alguém conseguir ser lido é preciso participar do mundo das celebridades de algum modo, com bem poucas exceções.

Hawking faz parte desse mundo por razões que talvez ele mesmo rejeitaria de bom grado se pudesse. Sua luta contra uma doença tão terrível o torna digno da mais alta consideração, principalmente por não se deixar abater e por manter ativo seu intelecto.

A celebridade contudo traz em si um problema nada desprezível: tolhe do leitor a capacidade de crítica. E é nesse vazio de contestação que mesmo as teorias físicas são explanadas fazendo muito pouco caso do absurdo, o que tira delas seu principal objetivo que é tornar o mundo mais compreensível. De fato, o absurdo é exatamente o oposto da inteligibilidade e tem o efeito contrário da verdadeira explicação científica, pois torna o mundo mais impenetrável para a inteligência humana.

Tendo presente que discorro abaixo sobre incoerências, contradições e outras coisas afastadas da realidade que vivemos, peço que o leitor tente afiar sua inteligência seguindo as argumentações ou, se preferir abdicar dela, de sua própria inteligência, que pare de ler, para não ter dores de cabeça desnecessárias.

Hawking fala do postulado fundamental da teoria da relatividade de Einstein, segundo o qual as leis científicas são as mesmas para todos os observadores em movimento livre, não importa qual seja sua velocidade. É de se notar então que essa teoria não se funda nem na observação de fatos nem na dedução lógica de caráter científico.
Trata-se de uma teoria fundada num postulado, isto é, algo que se escolhe um tanto arbitrariamente como ponto de partida para algum estudo e que necessita de comprovação apenas a posteriori. Algumas vezes é admissível usar essa estratégia, desde que não se postule uma clara improbabilidade e nem agrida os princípios básicos da razão humana, até porque é a ela que devemos prestar contas.

Começa aí, na base, o descaminho da teoria da relatividade einsteiniana, pois há uma contradição embutida ao se admitir que as leis científicas permanecem as mesmas, independentemente da velocidade dos observadores. Isso só é correto se encararmos que a velocidade dos observadores é rigorosamente inócua para modificar qualquer lei científica.

Tal não precisava ser dito, tão óbvio que é. Se porém entendermos que a velocidade dos observadores está ao largo das leis científicas, como se essa velocidade não se submetesse àquelas leis, estamos diante de uma sandice, para não dizer mais. Seria a negação da Dinâmica, parte da Mecânica que estuda o comportamento dos corpos em movimento e a ação das forças que produzem ou modificam seus movimentos. É como se os observadores e suas velocidades estivessem num limbo científico.

Deve-se ainda notar que a velocidade em questão é apenas dos observadores. Como pode alguém entender que o puro fato de observar pode implicar num habeas corpus referente às leis científicas? Já por isso esse postulado einsteiniano deveria ter sido recusado pela comunidade científica. Mas quem ousaria fazer uma desfeita dessas ao grande físico laureado pelo prêmio Nobel?
(continua)

Autor: Renato Benevides

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